Casos de intolerância religiosa triplicaram no início de 2019

Redação

Invasão a um terreiro em Camaçari. Ofensas nas redes sociais à Mãe Stella de Oxóssi quando seu nome batizou uma nova avenida na capital baiana. Atos de vandalismo à Pedra do Xangô, um patrimônio cultural da religiosidade afro-baiana reconhecido oficialmente pelo Município de Salvador.

O início do ano de 2019 na Bahia foi marcado pelo agravamento da intolerância religiosa. Os casos triplicaram, de acordo com levantamento do Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Foto: Divulgação/MP-BA
Foto: Divulgação/MP-BA

 

Somente na Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, em Salvador, já foram registrados em janeiro 13 casos de intolerância religiosa.

Além de ser o triplo do contabilizado em janeiro de 2018, o número é mais que o dobro da média mensal de aproximadamente seis casos notificados no ano passado.

Segundo a coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público estadual, promotora de Justiça Lívia Vaz, o aumento tem relação principalmente com o contexto político atual do País, apesar do aplicativo Mapa do Racismo, lançado pelo MP em novembro do ano passado facilitar o registro e envio de denúncia pelo cidadão.

“Os dados mostram a necessidade das instituições, sobretudo aquelas que defendem os Direitos Humanos, se posicionarem. E o MP é uma dessas instituições. Temos visto um contexto de recrudescimento do racismo religioso muito motivado pelo contexto político. As pessoas estão se sentindo mais à vontade em manifestar intolerância e ódio. Então, estamos fazendo uma ação mais densa esse ano”, disse.

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