Indeciso sobre sucessão de Dodge, Bolsonaro equipara PGR à Presidência da República

Brasil

Foto: Fábio Motta/Estadão

Raquel Dodge

Ao falar sobre a sua dificuldade para escolher o futuro procurador-geral da República, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quinta-feira (15) que o cargo de chefe do Ministério Público Federal pode ser até mais importante que o seu no Palácio do Planalto. “Tudo passa pelo PGR também. De vez em quando, o PGR é para ser mais importante que o presidente. Esse que é o problema”, afirmou ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta quinta-feira (15).

Como mostrou o jornal Folha de S.Paulo nesta quarta (14), com uma corrida embaralhada por um grande número de candidatos, Bolsonaro decidiu adiar o anúncio para as próximas semanas.
Ele tem repetido que tem muitos candidatos para a PGR (Procuradoria-Geral da República), mas que é preciso encontrar um perfil que atenda várias exigências. A indicação de Bolsonaro precisa ser aprovada depois pelo Senado. “Não basta uma pessoa que tenha uma só virtude. Como um todo, nós temos que botar o Brasil para frente. Você bota um cara, por exemplo, que a especialidade é o combate à corrupção. Daí tem a questão ambiental, como é que fica? Vai continuar como alguns no passado, atrapalhando essa área, que é importantíssima para o desenvolvimento do Brasil? Como fica a questão de minorias, questão indígena?”

Ao dizer que pelo cargo de procurador-geral passam todos os assuntos, o presidente lembrou do caso recente de dois navios iranianos que ficaram mais de 50 dias no Brasil por falta de abastecimento. As empresas responsáveis pelas embarcações tiveram de levar o caso ao STF (Supremo Tribunal Federal) para a resolução do caso. Havia um temor de que o abastecimento dos navios pudesse gerar sanções econômicas à Petrobras por parte dos EUA, que tem restrições com o Irã. Bolsonaro disse que as dificuldades para escolher o novo PGR são enormes. O indicado substituirá a atual chefe do Ministério Público Federal, Raquel Dodge, cujo mandato expira em 17 de setembro.

Questionado sobre a possibilidade de indicar o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, para o cargo, disse que ele nunca o procurou. “Nunca me procurou, o Deltan. Quem quer ser candidato e quer entrar na lista tem que me procurar”, disse. “O nome dele, lá atrás, já foi cogitado por alguém. Eu não lembro quem foi, lá trás, no início do mandato.

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