Jovens realizam festival após capacitação do Corra Pro Abraço

Dança, música, penteado afro, maquiagem, corte de cabelo, gastronomia, grafite e orientação sexual. Assim foi o Festival Di Quebrada, realizado durante toda a quarta-feira (25), no Centro Recreativo de Plataforma, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. O evento é resultado do curso de Produção Cultural, oferecido pelo Programa Corra Pro Abraço Juventude.
Iniciativa da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), o programa tem como missão identificar pessoas em situação de vulnerabilidade e desenvolver, a partir da arte-educação, atividades que as ajudem a encontrar novas trajetórias de vida.
“O Corra pro Abraço descobriu que quase a totalidade das pessoas que vivem na rua saíram das suas casas, geralmente nas periferias de Salvador, porque não tinham um ambiente saudável e acolhedor. Por conta disso, pensamos como fazer uma extensão do programa que pudesse prevenir ou evitar que as pessoas saíssem de suas comunidades e fossem viver nas ruas do centro da cidade”, explicou o coordenador do Corra pro Abraço Juventude, Leandro Vilas.
Atualmente, o programa atende 160 jovens em quatro bairros da capital: Plataforma, Beiru, Fazenda Coutos e Boqueirão. “É um projeto de prevenção da violência. A gente trabalha a partir da metodologia de redução de riscos e danos. Entendemos as oficinas de linguagem, comunicação e cultura como ferramentas de diálogo para repensar as identidades e as violências cotidianas dos territórios onde eles vivem, no lugar de fala deles, a partir dessas linguagens”, afirmou a educadora em Produção Cultural, Maylla Pita.
Ao longo de quatro meses, 40 jovens participaram do curso de Produção Cultural, onde discutiram arte, cultura, comunicação e identidade e produziram o festival. “Eu nunca participei de algo assim. Aprendi muita coisa. Passei a enxergar a potência da juventude negra”, declarou o estudante Marcos Paulo, 17 anos, morador de São João Cabrito.
Para a estudante Rita Samires, 17, moradora do Parque São Bartolomeu, o curso possibilitou que ela se aceitassem “do jeito que eu sou, sem ligar para a opinião dos outros”.
Repórter: Lina Magalí 

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