Feira de Santana: Mesmo com avanço da Covid-19, comércio pressiona por reabertura

Feira de Santana

por Bruno Leite / Lula Bonfim

Marcelo Alexandrino, presidente da Acefs (Foto: Carlos Augusto / Grande Bahia)

Feira de Santana registrou, nesta quarta-feira (15), oito novos casos da Covid-19 em seu território. Mesmo assim, os empresários do município seguem pressionando a prefeitura pela reabertura total do comércio. Uma loja de peças de bicicletas, inclusive, decidiu reiniciar suas atividades, a despeito do decreto municipal que determina o fechamento de estabelecimentos comerciais não essenciais.

 

O Bahia Notícias conversou com o presidente da Associação Comercial de Feira de Santana (Acefs), Marcelo Alexandrino, que revelou estar negociando com a prefeitura na defesa da reabertura do comércio. Segundo ele, já estaria pré-acordado que as lojas devem ser reabertas a partir do dia 22 de abril, com a edição de um novo decreto municipal a partir da próxima terça-feira (21).

 

“Apesar de termos sido a primeira cidade do estado com caso confirmado de coronavírus, Feira de Santana não tem tido um crescimento exponencial de contaminação, nós não registramos nenhuma morte. Então já é hora de flexibilizar. Pelo que ficou definido, no máximo dia 22, se não houver uma mudança de posicionamento da prefeitura, devemos ter a reabertura do comércio. É o que esperamos, com a responsabilidade e os cuidados que o momento exigem”, disse Alexandrino.

 

“Estamos em conversa muito franca e aberta. O prefeito [Cobert Martins, do MDB] tem feito reuniões semanais de avaliação. No primeiro momento, nós apoiamos o fechamento. Na segunda, nós entendíamos que já poderia ter havido uma flexibilização. Na terceira convocação, não fomos chamados, mas agora nós temos certeza que pode sim ser reaberto o comércio, respeitando regras sanitárias, regras de distanciamento, uso de máscaras, álcool gel e outras medidas”, completou o presidente da Acefs.

 

Feira é o segundo município com mais casos confirmados do novo coronavírus no estado, com 55 testes positivos, segundo dados da prefeitura. A Princesa do Sertão ainda sofre com a falta de leitos suficientes para o enfrentamento da Covid-19. O Hospital Geral Clériston Andrade 2 possui 40 leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) ainda não inaugurados, que serão dedicados ao novo coronavírus. Além disso, uma maternidade particular desativada está sendo equipada para oferecer outros 50 leitos.

 

O Bahia Notícias procurou a prefeitura feirense para falar sobre as intenções de reabrir o comércio no dia 22 de abril. Entretanto, em nota, a gestão municipal não confirmou a informação. “A possibilidade de reabertura vai ser avaliada posteriormente. Estamos vivenciando uma crise epidemiológica em que os números mudam a cada dia. Todas as decisões que o prefeito Colbert vem tomando levam em consideração o cenário atual da pandemia. Então a reabertura ou não dia 22 a equipe de governo vai avaliar na data pertinente”, respondeu.

 

INSURGÊNCIA

A loja “Pererê Bikes”, em Feira, anunciou que voltará a funcionar nesta quinta (16), entre 9h e 16h. O comércio de peças de bicicletas, realizado pelo estabelecimento, não está entre os serviços essenciais elencados pela prefeitura no último decreto. Entretanto, Alexandrino entende que essa loja, especificamente, pode reabrir.

 

“Fazendo uma análise fria, não sei se eles não estariam aptos a abrir. Eles são lojas de autopeças”, definiu, antes de dizer que não defende o descumprimento das normas estabelecidas pela gestão municipal. “Nós, como entidade, não orientamos nenhuma loja a furar o decreto. Estamos conversando com a prefeitura, no sentido de começar a flexibilizar o decreto. Cabe aos lojistas esperarem a hora certa”, pediu o líder da Acefs.

 

O presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado da Bahia (Faceb), Cloves Cedraz, criticou o que chamou de “insurgência” e defendeu que os lojistas devem buscar soluções coletivas para seus problemas.

 

“Muita gente está perdendo paciência, porque está perdendo negócio, mas pode acabar pagando caro por isso. É preciso tomar as decisões em grupo, conversar, dialogar, para chegar à melhor solução. Tem que ter sensibilidade e não se insurgir contra um decreto municipal. Tem que procurar as entidades para representar os seus sentimentos”, disse Cedraz

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