PT DECIDE RECORRER À ONU E AO STF POR CANDIDATURA DE LULA

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O ex-presidente Lula

O PT vai recorrer junto à Organização das Nações Unidas (ONU) e também ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão tomada na noite de sexta-feira, 31, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que rejeitou a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à disputa para a Presidência da República. A informação foi dada por Fernando Haddad, vice na chapa de Lula, após visitar o ex-presidente, preso na sede da Polícia Federal em Curitiba. “Hoje nós expusemos ao presidente Lula todas as possibilidades jurídicas que estão à mão, à disposição dele. E ele tomou a decisão, por meio de seus advogados, de peticionar junto à ONU para que se manifeste sobre a decisão das autoridades eleitorais brasileiras em relação à determinação da ONU, para que a sua candidatura fosse registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral. E em segundo lugar, peticionar junto ao Supremo Tribunal Federal. Serão dois recursos com pedido de liminar, tanto na esfera eleitoral quanto na criminal, para que ele tenha o direito de registrar sua candidatura dentro do prazo de dez dias”, disse Haddad, lembrando que as liminares devem ser julgadas até a próxima terça-feira, 11. A decisão foi tomada e anunciada na tarde desta segunda-feira, 3 após reunião de quatro horas e meia na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde Lula está detido desde o dia 7 de abril. Haddad esteve acompanhado da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e do advogado de defesa Cristiano Zanin. “Nós não imaginávamos que o Brasil contrariaria uma determinação de um órgão internacional e um tratado que nós subscrevemos e foi aprovado pelo Congresso Nacional. Nosso entendimento era de que o Brasil reconheceria os direitos políticos e civis do presidente Lula”, explicou. “Vamos apresentar os recursos no prazo que o STF nos deu. Vamos apresentar hoje para ONU e amanhã para o Superior Tribunal, com pedido de liminar, que pode ser atendida de pronto. Vamos tomar as providências para garantir que o povo possa escolher o próximo presidente da República”, disse. Sobre sua participação no horário eleitoral, Haddad disse que poderá ocupar todo o tempo do partido. “Sou candidato a vice-presidente, tive a candidatura registrada e vou poder figurar até 100% do horário eleitoral. Mas o presidente Lula, mesmo com a decisão tomada, poderá figurar 25% do tempo. Agora vamos esperar a reação do Supremo às nossas demandas”, disse. Com a decisão do TSE na sexta-feira, Haddad ressaltou que foram necessárias algumas alterações na campanha. “Nós tivemos um prazo exíguo para ajustar as plataformas, levamos ao conhecimento do Tribunal todas as medidas tomadas para ajustar; a decisão foi tomada tarde da madrugada, profissionais foram mobilizados para essas mudanças, o grosso da comunicação foi ajustada. Eu estou voltando para São Paulo – eu ia para o Rio Grande do Sul – para os últimos ajustes, para que nossa campanha de rádio, TV e rede social esteja estritamente de acordo com a decisão”. Haddad também criticou o governo federal e lamentou o incêndio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. “É um governo de descalabro, que não tem qualquer compromisso com valor histórico e não tem sequer com a saúde das pessoas. Veja o que está acontecendo com o Bolsa-Família, o orçamento está prevendo 50% de corte e joga nas costas do Congresso a solução para as famílias que mais precisam do Estado. Os reajustes que estão sendo dados ao funcionalismo, à cúpula, o salário mínimo teve reajuste inferior à inflação”, afirmou.

Estadão Conteúdo

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