Moro fala em renunciar e deixa seu futuro político nas mãos do The Intercept

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O dia de Sergio Moro não foi fácil; foram 9 horas diante de dois tipos básicos de senadores: os bajuladores e os indignados; Moro ostentou a habitual fleuma acompanhada de clichês e frases feitas; a julgar pelo tom autocomplacente, Moro pareceu deixar nas mãos de Glenn o seu futuro

Os senadores progressistas foram até generosos com o ex-juiz, diante das atrocidades comprovadas em sua atuação pregressa. As mensagens trocadas entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol não deixam dúvidas: o procurador transferiu a responsabilidade de coordenação da Operação para o próprio juiz – o que caracteriza crime de prevaricação de ambos.

Os senadores alinhados mais à esquerda não emparedaram o ex-juiz com a intensidade que lhes cabia. Faltou energia e sobrou a habitual autopromoção diante das câmeras da TV Senado em dia de grande audiência, com raras exceções.

Mas a fragilidade de Moro foi tal, que o estrago foi feito. Moro saiu do Senado menor do que entrou – e admitamos que ele entrou com sua estatura de apoiador de Bolsonaro já severamente avariada.

Os senadores da situação deram um espetáculo deprimente de bajulação. Lamberam Moro como cães sem dono, expostos às intempéries da culpa política e às borrascas do medo judicial.

Destaque-se a atuação da senadora Simone Tebet (MDB-MS), presidente da comissão. Ela conduziu as atividades com imensa elegância e raro respeito. Foi o ponto alto da comissão, em tempos conflagrados de incivilidade generalizada.

Moro aceitou o convite para dançar e mergulhou de cabeça em uma pletora de contradições, erros estratégicos e desvios de conduta retórica.

Todos assistimos, neste momento, a agonia de uma personagem que aniquilou o tecido político, social e econômico de todo um país, feito assaz superior à sua estranha e surpreendente incapacidade intelectual, explícita ao vivo e a cores para o deleite doloroso de um país que ainda busca recuperar sua capacidade de acreditar em algum futuro.

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