Herdeiro das Casas Bahia é investigado por estupro e aliciamento de 14 mulheres

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Herdeiro das Casas Bahia é investigado por estupro e aliciamento de 14 mulheres

Saul Klein é filho de fundador da varejista | Foto: Divulgação/ Pref. Araraquara

O Ministério Público de São Paulo investiga o empresário Saul Klein, filho de Samuel Klein (morto em 2014), fundador da Casas Bahia, por acusações de estupro e aliciamento de ao menos 14 mulheres.

 

Ele também é irmão de Michael Klein, hoje principal acionista individual da Via Varejo, varejista dona das marcas Ponto Frio e Extra.com. No início do mês, a Justiça proibiu que Saul saia do país e determinou que ele entregasse o passaporte às autoridades. O empresário também não pode ter contato com as vítimas.

 

De acordo com a investigação, Saul Klein teria estuprado e aliciado ao menos 14 mulheres em festas particulares realizadas ao longo de anos em sua casa, o que sua defesa nega.

 

A Justiça de São Paulo ainda determinou que Saul passe por exame psicológico. A decisão atende solicitação do filho do herdeiro, Phillipe Klein, que ingressou com pedido de interdição do pai por gastos “inconsequentes” da fortuna da família.

 

O caso foi noticiado pelo jornal “Folha de S.Paulo” na terça-feira (22). Segundo o jornal O Globo, foram instaurados até o momento dois inquéritos policiais para apurar eventuais crimes. Um deles, que averiguava eventual exploração sexual de uma menor de idade por Klein, foi arquivado, segundo a defesa do empresário, em julho.

 

Relatos das vítimas apontam que as festas acontecem há pelo menos 12 anos. Ao programa “Fantástico”, da TV Globo, elas contam que o empresário era violento e que as mulheres eram mantidas incomunicáveis em festas particulares com dias de duração e na presença de seguranças, realizadas em sua mansão em Alphaville, bairro nobre de Barueri (SP).

 

“Novatas ficavam bem chocadas, não podiam ir embora. A casa era cercada de seguranças, muros. Não tínhamos a liberdade de sair de lá a hora que quiséssemos”, contou uma das vítimas ao programa. “Ele tava cada vez mais bêbado, cada vez mais viciado em remédio, cada vez mais louco”, disse outra, sem se identificar.

 

Pelo menos duas das vítimas ouvidas pela reportagem do dominical eram menores de idade quando participaram das festas. “A gente tinha que falar com voz fina, com vozinha de criança. Tinham meninas que tinham que andar de boneca pela casa”, relatou uma delas.

 

A investigação também quer esclarecer se havia a presença de menores de idade com documentos falsos nesses eventos.

 

“SUGAR DADDY”
Conforme o jornal O Globo, as festas são confirmadas pela defesa de Klein, segundo a qual todas as mulheres participaram de forma livre e espontânea dos eventos, que não necessariamente envolviam atos sexuais.

 

Segundo André Boiani e Azevedo, advogado criminalista que representa Saul Klein nesse caso, o empresário era um “sugar daddy”, nome dado a homens, em geral com mais de 40 anos, que têm fetiche em manter relações com mulheres mais jovens nas quais dão presentes caros a elas.

 

Azevedo diz que as supostas vítimas teriam sido convencidas a fazer denúncias falsas pela dona da agência contratada por Klein para organizar as festas. A empresária, de acordo com a versão do advogado de Klein, teria extorquido o empresário entre março de 2018 e março de 2019. O nome da empresária e das 14 denunciantes está sob segredo de Justiça.

 

“Não se nega a existência de relacionamentos na modalidade hoje conhecida como ‘sugar’. Klein se utilizava dos serviços de uma empresa que fazia os eventos, cuidava da música e levava as modelos que frequentavam esses eventos. A presença delas era paga sem nenhuma condição de sexo. Nesses eventos, ele se aproximava das moças com que tinha mais afinidade e passou a ter alguns relacionamentos com algumas, sempre com consentimento”, afirmou a defesa ao jornal.

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