Crítico de Bolsonaro, comentarista político deixa a Jovem Pan

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“Não havia mais clima”, disse o historiador; situação se agravou após dizer que Bolsonaro estimulava “atos neonazistas” e queria “implantar” uma “ditadura”

Redação
Foto: Reprodução/YouTube
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Depois de ser suspenso e negarem a sua demissão, o comentarista político Marco Antonio Villa anunciou a sua saída da rádio Jovem Pan. Ao UOL, o historiador contou que ambas as partes chegaram a um acordo e o contrato foi rescindido.

“Eu decidi que não queria mais voltar para a Pan. Não tinha mais nem condições de voltar a trabalhar lá. Senti que não havia mais clima depois de me darem uma quase punição”, afirmou Marco Antonio.

Crítico ferrenho do governo de Jair Bolsonaro, o analista teria agravado a sua situação na rádio principalmente após declarações às vésperas da manifestação pró-Bolsonaro, no dia 26 de maio. Na ocasião, Marco Antonio Vila disse que o presidente da República estimulava “atos neonazistas”, se referindo ao ato que, segundo ele, tinha o objetivo de “fechar o Congresso”.

“O presidente não tem compostura, não tem preparo, não tem articulação política, reforça a crítica ao parlamento estimulando atos neonazistas, como no ato no próximo dia 26, que claramente é no sentido de fechar o Supremo, fechar o Congresso, implantar a ditadura”, disse Villa no programa.

Mestre em Sociologia pela USP, Marco Antonio admite ter ficado “entristecido” com a forma como foi conduzida a sua saída. Inicialmente a Jovem Pan anunciou que o comentarista havia entrado de férias, fato que foi negado pelo comentarista.

“Fiquei entristecido com a minha saída, gostava muito de trabalhar lá, mas infelizmente acabou dessa forma, que não era a melhor forma que eu queria que terminasse essa relação. Eu fiz de tudo para ter uma saída elegante, não queria sair batendo a porta”, avalia ele. O historiar afirmou, sem revelar os nomes, que já foi procurado por duas empresas, de TV e rádio.

Apesar do forte tom adotado contra Bolsonaro, Villa ressaltou que não pode confirmar que o presidente tem qualquer participação na decisão da rádio. “”Seria leviandade da minha parte dizer que ele teve um dedo nessa história. Não posso dizer que ‘sim’, nem que ‘não’. Seria uma irresponsabilidade”, define.

O analista garante, no entanto, que as suas críticas não se resumem ao governo do presidente eleito pelo PSL, mas que teve a mesma atitude nos outros três presidentes anteriores:”Eu sempre tive a postura crítica em relação aos quatro últimos governos: Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro. Isso incomoda o nosso poder. O poder nunca gostou de críticas”.

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