Novo secretariado, peças em novos lugares e muita expectativa

Bahia

por Fernando Duarte

Novo secretariado, peças em novos lugares e muita expectativa

Foto: Secom-PMS

O prefeito Bruno Reis apresentou, finalmente, os membros do primeiro e segundo escalões da gestão de Salvador a partir de 1º de janeiro. É impossível falar em mudanças profundas, até pela própria expressão utilizada pelo atual vice, de que a “espinha dorsal” da administração continua. No entanto, é possível identificar que se cria uma expectativa grande, dada a quantidade expressiva de nomes pouco conhecidos dos soteropolitanos, alguns já com pés fincados na cidade, mas sem experiência na gestão pública direta.

 

Havia uma expectativa muito grande quanto a sinalização de que a capital baiana teria algo mais próximo da paridade de gênero do que outras capitais. A indicação vinha do próprio Bruno Reis, que sugeriu ao entorno a busca por um número maior de mulheres do que seus antecessores. No primeiro escalão propriamente dito, quase houve empate. Ainda assim, homens seguem sendo maioria. Quando se amplia o escopo da administração, incluindo fundações, aí se atinge um equilíbrio maior. É um trunfo, mas que precisa ser analisado com calma – e também como os demais pares vão enxergar as mulheres em funções de mais destaque.

 

Mesmo que não tenha havido uma preocupação explícita com a questão da negritude no secretariado, o próprio prefeito destacou a ampliação desse segmento no primeiro escalão. Ivete Sacramento deixa de ser a única negra e passa a ter a companhia de Kiki Bispo e Fernanda Lôrdelo. Em Salvador, ainda é pouco, já que estamos falando da maior cidade negra fora da África. Porém, aos poucos, uma reparação começa a acontecer. Quem sabe mais para frente não lidamos com mais celeridade com essa questão?

 

Algumas figuras permaneceram na gestão, ainda que tenha havido uma dança das cadeiras. Fábio Mota, por exemplo, esteve entre os mais longevos numa secretaria relacionada à Mobilidade Urbana e agora assume a titularidade de Cultura e Turismo – ainda que a experiência prévia tenha ficado restrita à segunda área-fim da pasta. Já Fabrizzio Muller subiu de posto, passando a comandar a secretaria ao qual foi subordinado ao longo das duas administrações de ACM Neto. Luiz Carreira na Casa Civil, Leo Prates na Saúde e a própria Ivete Sacramento na Reparação eram continuidades esperadas, devido aos próprios simbolismos das trocas.

 

No caso dos vereadores, a ascensão de Luiz Carlos e Kiki Bispo para o primeiro escalão mostra uma preocupação de Bruno Reis em acomodar aliados na Câmara. Alberto Braga, alocado no Republicanos com intermédio do próprio prefeito, e Palhinha, permanecem no Legislativo, ainda que na condição de suplentes. Houve ainda o arranjo político para manter Alberto Pimentel em algum posto, depois da cara campanha ser derrotada pelo ilustre desconhecido George, o Gordinho da Favela. O secretariado de Bruno Reis não chega a ser mais do mesmo. Mas terá muitos desafios para mostrar a que veio.

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