Bahia:FazAtleta apoia pela primeira vez um esportista autista

Desde que entrou em vigor, em 1999, o Programa Estadual de Incentivo ao Esporte Amador Olímpico e Paralímpico (FazAtleta) ajudou a escrever novos capítulos na história de milhares de jovens esportistas baianos. Agora, 20 anos depois, a iniciativa apoia, pela primeira vez, um atleta autista.
Praticante do parajiu-jítsu, o baiano Igor Nogueira foi aprovado pelo programa, em junho deste ano, e passou a ser patrocinado pela Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás). “Estou muito feliz com esse patrocínio. É bom poder viajar e representar a Bahia e Salvador em competições em outros estados e até outros países, sabendo que tenho esse suporte. Ainda quero medalhar muito nesse esporte, que me fez melhorar dos traços característicos do autismo”, garante o jovem.
Diagnosticado aos sete anos de idade com Transtorno do Espectro Autista, Igor conheceu o jiu-jítsu e deixou para trás os sinais acentuados, inclusive a aversão ao toque, como conta a mãe dele, a ativista Marleide Nogueira. “O esporte veio para transformar a vida de toda a família. Igor hoje tem mais concentração, coordenação motora e conhece os limites do próprio corpo. Antes do jiu-jítsu, eu não podia tocar no meu filho e agora há vida em nossa casa”, afirma.
Às segundas, quartas e sextas, Igor tem um encontro marcado com o tatame e com o técnico, o faixa-preta Marcelo Vidal. “Ele treina há seis anos e apresenta uma evolução contínua. Está preparado para os próximos desafios, em Cuiabá e no Rio de Janeiro”, assegura o técnico.
Igor conquistou o lugar mais alto do pódio nas competições de ParaJiu-Jítsu do World Pro, da Federação de Jiu-Jítsu dos Emirados Árabes Unidos (UAEJJF), em 2018. Além disso, coleciona medalhas de competições estaduais.
 
FazAtleta
Coordenado pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), em parceria com a Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz), o FazAtleta concede abatimento fiscal a empresas, como a Bahiagás, que apoiam financeiramente projetos esportivos. Somente em 2019, o programa beneficiou 71 ações, reunindo aproximadamente R$ 3,4 milhões em patrocínios.
O coordenador do FazAtleta, Rodrigo Farias, lembra que o ano pode terminar com um número muito maior de ações contempladas. “Em reunião recente da Comissão Gerenciadora do Programa, chegou-se à aprovação de 15 novos nomes de esportistas e eventos, que já seguiram para a Sefaz para que haja a validação dos patrocinadores”, aponta o gestor.
Para ser apoiado pela iniciativa, o projeto ou atleta deve se enquadrar na categoria de Esporte Amador Olímpico e Paralímpico, mas, de acordo com o Rodrigo, este não é o único critério. “O atleta precisa estar entre os três primeiros da categoria que compete no ranking baiano; entre os dez do nacional; ou figurar na lista dos 20 primeiros do ranking internacional. Caso seja um atleta olímpico, isto é, já ter participado de uma olimpíada, o esportista também fica apto a ingressar no programa”, detalha.
Os subsídios incluem o pagamento de despesas em viagens, aluguel de equipamento esportivo, contratação de seguro de vida, aquisição de material esportivo, recebimento de bolsa-auxílio para o atleta que se dedique exclusivamente à prática do esporte e remuneração para o técnico que o acompanha.
Inscrições
O atleta que se encaixar nos critérios do programa deve ter atenção à abertura de inscrição, que costuma ocorrer mensalmente, e submeter as planilhas necessárias preenchidas, bem como a documentação exigida à Secretaria Executiva da Setre, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), para dar entrada no processo para receber o apoio do FazAtleta. Informações adicionais podem ser obtidas pelo telefone (71) 3115-1642 ou no site da Setre.
Repórter: Renata Preza

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