ACM Neto ironiza resistência da esquerda a Maia

Política

Foto: Tácio Moreira/Metropress


Por Henrique Brinco

O prefeito ACM Neto (DEM) alfinetou ontem os adversários do Partido dos Trabalhadores, que recuaram no apoio a Rodrigo Maia (DEM) na corrida pela Presidência da Câmara Federal. Os petistas não concordam com o acordo do parlamentar com o PSL, mesma sigla do presidente Jair Bolsonaro. Atual presidente da Casa, Maia assumiu o posto em 2016 e tenta a segunda reeleição. “Rodrigo recebeu o apoio do PSL e isso gerou uma reação no PT, que, inclusive, vinha conversando com ele. No fundo, o PT sabe que Rodrigo é um cara que está preparado para garantir, sobretudo, a independência do Poder Legislativo. Mas, acho que Rodrigo deve continuar conversando com o PT até o fim”, disse o gestor soteropolitano em entrevista na entrega da primeira etapa das obras de requalificação da Colina Sagrada.

O democrata baiano, no entanto, defendeu o direito dos oposicionistas de seguirem outro caminho. “Mais importante é a gente ter responsabilidade com o país. O Congresso vai ser decisivo para garantir o avanço da agenda de reformas que o Brasil precisa, para que as coisas possam ir bem, de fato. Então, é preciso ver quem são  os nomes que estão colocados, sem nenhum demérito aos demais. Mas, eu não tenho dúvida, que nesse momento, o mais preparado para tocar essa agenda é o Rodrigo”, completou, afirmando ainda que o DEM buscará espaços no governo federal a partir de fevereiro.

DIVISÃO NA ESQUERDA – Aliados históricos, PT e PCdoB divergem sobre o apoio a Rodrigo Maia. Segundo o jornal O Globo, o senador baiano Jaques Wagner é, hoje, um dos principais adversários dentro do PT à ideia de o partido apoiar Rodrigo Maia. Segundo a publicação, o petista quer o PT longe do DEM de ACM Neto. A presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann, também já disse que a aliança Maia-PSL inviabiliza qualquer acordo.

Já o PCdoB se reuniu ontem e sinalizou que vai apoiar o democrata. Estiveram presentes na reunião da bancada, em Brasília, o deputado Daniel Almeida (PCdoB) e Alice Portugal (PCdoB). Segundo Almeida, a decisão foi tomada a partir da ideia de formar um blocão de esquerda para tocar pautas progressistas. “Decidimos ir no sentido de continuar trabalhando para formar um bloco para discutir e construir um trabalho”, afirmou.Informações obtidas pela reportagem apontam que não houve consenso e as bases do partido estão insatisfeitas.

Indagado se o partido vai ocupar espaços na Mesa ou em Comissões, Almeida pontua: “Já tínhamos sinalizado a construção de um bloco com PCdoB, PDT e PSB. O primeiro passo será conversar com esses partidos e nos manter abertos para fazer um bloco mais amplo, com outros partidos. A formação de blocos pode favorecer uma ação parlamentar mais robusta”.

Os líderes de PDT, PSB e PCdoB haviam anunciado a formação de um bloco de oposição a Bolsonaro na Câmara, que poderia ser o maior da próxima legislatura com 70 integrantes – o PT, fora do grupo, possui 56. O bloco ainda busca a adesão de outras legendas. No sábado, o PDT já havia indicado preferência de apoio a Maia, durante reunião do partido no Rio de Janeiro. No entanto, o PSB deve se opor a este movimento por considerar Maia o candidato do governo. Na semana passada, os deputados do partido se reuniram e, em uma votação consultiva, indicaram por ampla maioria que o partido não apoiará a candidatura do atual presidente. O apoio oficial do PSL a Maia teve impacto determinante no sentimento da sigla. Os líderes das três legendas se reúnem ainda nesta terça-feira para debaterem o tema.

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